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Foto do escritorRosinha Martins

Anthony Igbokwe: “Reivindiquemos a função utópica da vida consagrada!”



RUBÉN CRUZ

Tradução: Rosinha Martins


“É bom continuar reivindicando a função utópica da vida consagrada, que se baseia em uma autêntica esperança cristã”. Foi o que expressou o missionário claretiano africano Anthony Igbokwe durante sua palestra, intitulada "Vida Consagrada, um caminho de utopia evangélica de plenitude", durante a 52ª Semana Nacional da Vida Consagrada, realizada de 12 a 15 de abril, Madrid, Espanha, com o llema lema ‘Tecendo itinerários de esperança'.


O claretiano começou sua intervenção com muitas perguntas: “Poderia a vida consagrada ser uma negação da vida? Poderia a vida consagrada ser uma perturbação da pessoa humana? Poderia esta ser uma das principais causas da escassez de vocações para a vida consagrada em algumas partes do mundo?


Ainda segundo Igbokwe, à luz do caráter incomum da vida consagrada, não é supérfluo perguntar “o que justifica a escolha de um modo de vida caracterizado por três votos que não só desafiam a possibilidade humana de cumpri-los, mas que, à primeira vista, parecem cercear as possibilidades de desenvolvimento humano, se não para impedi-lo completamente”?


Os pecados da vida consagrada


Para o missionário claretiano, a vida consagrada também reflete os pecados e as deficiências do ambiente. “Como todo o povo de Deus, somos peregrinos e, como eles, nos preparamos para a plenitude em meio às obscuridades, tentações e ambiguidades da vida. Reconheço inclusive, sem subestimar a dedicação de muitos homens e mulheres consagrados que dão testemunho de vida e esperança em situações muito difíceis, que a vida consagrada não é em todos os momentos uma testemunha do ideal evangélico, tem colocado o religioso sobre a mesa”.


Antony acrescentou, ainda que uma vez chamados a ser promotores de esperança no mundo, não podemos viver em desespero e nos perder em lamentações estéreis. “Porque a perspectiva utópica nos permite ver na vida consagrada mais do que ela é atualmente, mas somente pelo que ela é”, explicou.


Ainda, segundo Igbokwe, o ideal, quando é conhecido ou pelo menos claramente sentido, mas acima de tudo amado, é capaz de atrair e emancipar todas as energias da pessoa de qualquer força subjugadora e colocá-las para trabalhar. “Ao reacender e recuperar a paixão pela utopia evangélica, fonte do ideal da vida consagrada, poderemos ser apaixonados pelo mundo sem distorcer o caráter liminar da vida consagrada, o que nos permite continuar a ser vozes proféticas no mundo”.


“Se a vida consagrada perder de vista seu ideal, abdicará de sua função profética e perderá sua capacidade transformadora, tornando-se assim incapaz de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo”, afirmou.


Força profética


Para o assessor, “se não celebrarmos o ideal da vida consagrada, louvando sua beleza, cantando sua alegria, admirando sua capacidade de humanizar e gerar vida, de levar à plenitude, de obter a maior glória de Deus e de manifestá-la, corremos o risco de contribuir inadvertidamente para a crise vocacional que estamos atravessando em algumas partes do mundo".


O confronto com o ideal da vida consagrada, segundo ele,- que é ao mesmo tempo sua beleza - se faz necessário mantê-lo sempre em mente para não cair no pessimismo quando se vê o declínio numérico da vida consagrada em algumas partes do mundo. “Esperamos que este declínio numérico não seja acompanhado de um declínio em sua força profética”.


Ao concluir, o claretiano pediu aos consagrados “que vivifiquem o fogo do dom de Deus que recebemos para não nos desviarmos do caminho da utopia evangélica de plenitude com a qual nos comprometemos por opção”.


Fonte: Vida Nueva


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Sou Rosinha Martins, missionária scalabriniana.

Atuo no jornalismo, na educação, na acolhida, promoção, proteção e integração de migrantes

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