Doutora em teologia, religiosa da Costa do Marfim participa do Sínodo
Prof. Dra. Irmã Solange Sahon Sia, calvariana, Costa do Martim.
DA REDAÇÃO
Irmã Solange, religiosa da Congregação Notre Dame du Calvaire, doutora em teologia pela Universidade Católica da África Ocidental (UNICAO) de Abidjan na Costa do Marfim. participará do Sínodo em outubro. Pela primeira vez, a revista Femmes d'Afrique em 2018, refaz a jornada de uma mulher africana que se destaca em um campo quase essencialmente masculino, a teologia. Irmã Solange Sia, religiosa da Congregação Notre Dame du Calvaire, é
Professora em várias universidades católicas marfinenses, Irmã Solange é secretária da Célula de reflexão e produção de teólogos marfinenses (Cerepti), associação fundada em 2013.
"Nem sempre é fácil, ela admite. Mas, com muita paciência e delicadeza e também com firmeza, conseguimos fazer ouvir nossa voz neste espaço predominantemente masculino”.
Há quase 10 anos, Irmã Solange ministra cursos de teologia da Espiritualidade e da Vida Religiosa em universidades católicas da Costa do Marfim: Universidade Católica da África Ocidental (Ucao), Centro Lassalista Africano (Celaf), Instituto de Teologia da Companhia de Jesus (ITCJ), Instituto Missionário Católico de Abidjan (Icma).
Formada na França no Instituto de Estudos Religiosos (IER) e depois no Instituto Católico de Paris, onde obteve sua licenciatura em filosofia e sua licença canônica entre 2001 e 2009. Ela decidiu então fazer seu doutorado na África. “Eu estava planejando abordar questões específicas da África para o meu doutorado em teologia”, explica ela. Em Paris, eu havia notado vários casos de africanos que desejavam trabalhar sobre autores ou temas africanos, mas que não encontravam um diretor capaz de supervisioná-los. »
Aos olhos da jovem religiosa era importante regressar para absorver as realidades marfinenses. Em 2012, matriculou-se no doutorado e preparou uma tese em teologia espiritual que defendeu em 2018, tornando-se assim a primeira mulher a deter o título de doutora em teologia na Universidade Católica da África Ocidental (UCAO).
“Minha mãe sonhava em me ver casada e mãe de família”. A vocação de Solange floresceu em uma família católica praticante. Quando criança, ela já estava muito envolvida em sua paróquia em São Pedro, no sudoeste da Costa do Marfim. Filha de pai catequista e mãe muito praticante, a religiosa sentiu o chamado à vida consagrada no início da década de 1990.
“Havia uma religiosa francesa chamada irmã Jeanne-Françoise que estava em missão em São Pedro e a quem eu admirava particularmente por causa de seu amor pelas crianças e sua alegria de viver”. Mas, este chamado à vida religiosa não foi fácil de ser aceito pela mãe da aspirante. “Ela sonhava em me ver casada e mãe”, admite a irmã Solange. “Mas, como ela é muito religiosa, deixou-me fazer o meu caminho com o grupo vocacional”.
Apoiada pelo pai, a jovem optou, após o ensino médio em 1995, pela vida consagrada. “Meu pai me garantiu seu apoio e amor incondicionais. Ele me disse que sua casa estaria aberta para mim se minha experiência com a congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário fosse interrompida”. Quatro anos depois, Irmã Solange Sia fez seus primeiros votos.
Sua Superiora que logo percebeu sua curiosidade intelectual e perspicácia ofereceu-lhe então uma formação em teologia. Essa religiosa brasileira havia percebido que na Costa do Marfim não havia teólogas. Foi preciso, pois, lutar para obter o doutorado e aceitar o desafio de abraçar a carreira acadêmica.
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