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Foto do escritorRosinha Martins

Francisco: “Estudei que era um pecado mortal se faltassem duas velas no altar"


Foto: A12.com

DA REDAÇÃO

TRADUÇÃO: ROSINHA MARTINS


O Papa recebeu hoje em audiência os participantes na Conferência promovida pela Academia Afonsiana, que se realiza sobre o tema “Santo Afonso, pastor dos pequenos e doutor da Igreja. A relevância da proposta moral afonsiana entre os desafios e a esperança".


Durante o seu discurso, Francisco recordou que “o Concílio Vaticano II afirma que a teologia moral, alimentada pela Sagrada Escritura, deve ajudar os fiéis a compreender a grandeza da sua vocação para levar a caridade de Cristo ao mundo”. Por esta razão, o Papa sublinhou que “o amor de Deus é o nosso guia, o guia das nossas escolhas pessoais e da nossa viagem existencial”.


“Consequentemente”, continuou Francisco, “os teólogos morais, missionários e confessores são chamados a entrar numa relação viva com o Povo de Deus, assumindo especialmente o grito dos últimos, a compreender as suas reais dificuldades, a olhar a existência do seu ângulo e a oferecer-lhes respostas que reflitam a luz do amor eterno do Pai”.


A moral face aos problemas da vida


“Fiel à tradição afonsiana, tenta-se oferecer uma proposta de vida cristã que, com respeito às necessidades da reflexão teológica, não é, contudo, uma moralidade fria, uma moralidade de secretária, eu diria uma moralidade 'casuística’”, reconheceu o Papa. “Digo isto por experiência, porque infelizmente estudei uma moralidade 'casuística’ a essa altura. Imaginem que nos foi proibido ler o primeiro livro de Häring, ‘A Lei de Cristo', porque eles disseram que era herético. E estudei com essa moral: pecado mortal se faltarem duas velas no altar, pecado venial se faltar apenas uma”, disse ele. “Graças a Deus que isto passou, foi a moral de uma mesa fria".

A Audiência aconteceu na Sala Clementina, no Vaticano

Neste sentido, o Papa pediu “uma proposta que respondesse a um discernimento pastoral carregado de amor misericordioso, destinado a compreender, perdoar, acompanhar e, sobretudo, integrar. Ser eclesial pressupõe isto: integrar-se”.


Por outro lado, em relação à bioética, que foi uma das questões tratadas durante a conferência, Francisco salientou que “a proposta bioética deve estar atenta aos verdadeiros dramas das pessoas, que muitas vezes se confundem face aos dilemas morais da vida”. Por esta razão, o Papa recomendou tornar os frutos do vosso trabalho acessível, utilizando a linguagem do povo e elaborando propostas práticas e humanizastes para a vida moral. “Para estar sempre do lado do ser humano concreto, utilizem os instrumentos de reflexão ética para construir barreiras sólidas, que os defendam da mentalidade desenfreada da eficiência e do desperdício”, disse ele.


Finalmente, e sobre questões de moralidade social, o Pontífice salientou que “também neste campo é necessária hoje uma sólida reflexão”, pois “a crise ambiental, a transição ecológica, a guerra, um sistema financeiro capaz de influenciar a vida das pessoas ao ponto de criar novos escravos, o desafio de construir fraternidade entre indivíduos e entre povos: estas questões devem estimular-nos à investigação e ao diálogo”.


RM com informações de Vida Nueva

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Sou Rosinha Martins, missionária scalabriniana.

Atuo no jornalismo, na educação, na acolhida, promoção, proteção e integração de migrantes

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