“Francisco propõe uma Igreja a serviço da humanidade e da criação”, afirma Gogó
POR ROSINHA MARTINS
RM notícias
De acordo com o assessor da Comissão Integral de Ecologia da CNBB e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), Roberto Malvezzi (Gogó), o Papa Francisco “trouxe mudanças vastas tão profundas para a Igreja para a criação”. Ele considera três elementos fundamentais que estão interligados e que ajudam a visualizar o pensamento eclesial, ecológico, teológico, social e espiritual do Sumo Pontífice que comemora 10 anos de pontificado: o nome, a fraternidade universal e o papel da Igreja neste conjunto.
O nome ‘Francisco’
Para Malvezzi, ao aderir ao nome ‘Francisco’, o Papa assume uma identidade espiritual, eclesial, teológica e pastoral de Francisco de Assis. “Nunca ninguém tinha ousado evocar para si mesmo a figura de S. Francisco no papado, ele é o primeiro, em pleno século 21”, afirma.
A Fraternidade Universal
Este elemento, acrescenta Gogó, está vinculado ao primeiro. A fraternidade universal é fundamento da mística de São Francisco. “Ou seja, todos somos irmãos, irmãs, tudo está interligado, todas as criaturas têm seu valor, - daí a preocupação com a mãe-terra, com os mais empobrecidos, com a Amazônia, com os povos indígenas, com os movimentos populares”. E o Papa entende, acrescenta Malvezzi, “que somos todos irmãos independente de igreja, de ser católico ou não, de ser uma pessoa humana ou não. Tudo, todos somos irmãos, somos filhos de Deus, somos criaturas de Deus.”
O papel da Igreja Católica
O nome Francisco carregado de sentidos que enriquecem e comprometem a identidade de Jorge Mario Bergoglio somado à mística de Francisco, baseada na fraternidade universal, levam Francisco a dar mais um passo difícil, significativo e importante para os tempos atuais: o papel da Igreja neste conjunto, elemento esse que Malvezzi considera fundamental. “A Igreja de Francisco não busca converter a humanidade para dentro do catolicismo, ao contrário, busca fazer com que aqueles que se entendem como Igreja Católica, estejam a serviço de toda a humanidade e de toda a criação”.
Gogó conclui que esse é, a seu ver, o significado de Igreja em saída, que vai ao encontro de tudo e de todos para construir o espírito samaritano: a fraternidade universal. Que o Papa Francisco tenha vida longa e que seu papado deixe rastros na Igreja por séculos nesse novo milênio que se começa”.
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