“O homem pós-moderno é emocionalmente analfabeto”
Frei Nikolás Vigo Peneda, Agostiniano Recoleto. Foto: VidaNueva
POR JOSE LUIZ CELADA
TRADUÇÃO: ROSINHA MARTINS
O Agostiniano Recoleto e jornalista Peruano, Frei J. Nikolás Vigo Pineda, defende que ‘somos o que pensamos’ e adverte contra o hábito generalizado hoje em dia de ‘deixar que os fatos sejam resolvidos diretamente por meio das emoções’.
Por essa razão, em seu livro “La sabiduría que duerme en ti. Inteligência emocional” (Verbo Divino), Pineda nos convida a despertar o conhecimento que todos carregamos dentro de nós, a fim de embarcarmos no caminho de 'uma vida serena, lógica e racional' como garantia de felicidade. Um exercício no qual, segundo Pineda a educação de nossas emoções desempenha um papel fundamental. Em outras palavras, trata-se de forjar a personalidade com “elementos sólidos”, deixando de lado os preconceitos e os clichês.
Todos nós carregamos um sábio dentro de nós esperando para ser despertado?
Todos, sem exceção. O sábio está lá e está esperando para ser despertado. Sócrates disse que o conhecimento está dentro de cada um de nós; portanto, nossa tarefa é iluminá-lo, para que possamos começar a viver com sabedoria. Isso nos garantirá uma vida feliz.
A arte de viver bem
Qual é o caminho para alcançar a sabedoria e é necessário ser um filósofo?
O caminho é prático. Tem a ver com uma vida serena, lógica e racional. É por isso que sempre digo que uma vida bem vivida, apaixonada e significativa nada mais é do que a concretização da ética, ou seja, a arte de viver bem. Todos nós, que ficamos maravilhados, somos filósofos. Além disso, em meu livro, falo de uma filosofia simples e cotidiana, aquela desfrutada pelo sábio hebreu, que considera Deus seu maior bem.
Nós somos o que pensamos
Seu livro é um convite a pensar bem para ser feliz, mas a mente costuma alimentar conflitos e inquietações. Há algum truque para ‘domá-la’?
Pois é. Poderíamos dizer que o homem pós-moderno sofre de analfabetismo emocional. As pessoas realmente não agem da maneira correta, deixam que os acontecimentos sejam resolvidos diretamente por meio de suas emoções. Isso é um erro, pois entre elas, como diz a psicologia cognitiva, deve haver o pensamento como um filtro seguro, que nos ajudará a analisar os fatos e sugerir qual emoção é a correta para dar como resposta. Não devemos nos esquecer de que somos o que pensamos.
Educando as emoções
Que papel desempenha a inteligência emocional na busca da felicidade?
É fundamental. É o que nos ajuda a educar nossas emoções, a forjar nossa personalidade com elementos sólidos, lógicos e racionais; e, dessa forma, a deixar de lado atitudes fáceis ou automáticas relacionadas a preconceitos, pré-conceitos e clichês, que nos prendem à solidão, à depressão, ao fracasso ou à amargura. Quando sabemos ler corretamente os eventos que nos acontecem, estamos exercitando nossa inteligência emocional. (...)
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