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Foto do escritorRosinha Martins

O Pacto narcísico da branquitude

Para Cida Bento, escritora que cunhou o termo, o pacto da branquitude sustenta as desigualdades sociais e raciais no Brasil



POR JULIANA LEITE


Lançada pela escritora, psicóloga e pesquisadora Maria Aparecida da Silva Bento, popularmente conhecida como Cida Bento, a expressão surgiu em sua tese de doutorado intitulada “Pactos Narcísicos no Racismo: Branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público”.


A frase faz referência à figura mítica de Narciso, famoso por ser apaixonado pela representação da própria imagem. O termo cunhado por Cida revela o compromisso das pessoas brancas em manter a

estrutura racial injusta, pois assim continuam se auto preservando e se privilegiando.

Em entrevista para o Roda Viva, Cida Bento explicou sobre a expressão e fez questão de salientar que o conceito de pacto não é algo combinado.


"Não é que as pessoas se encontram às cinco da manhã para combinar. Mas, nas diferentes instituições, você tem o mesmo perfil de pessoas liderando e liderar significa tomar decisões que influenciam o país".


Para Cida, o pacto da branquitude sustenta as desigualdades. "Esse pacto, ao mesmo tempo que fortalece o mesmo grupo de iguais, exclui quem não faz parte desse grupo", completou.


A psicóloga também afirmou que para a sociedade esse pacto é visto por questões de mérito. "Quando estes grupos (de pessoas brancas) estão na liderança de grandes instituições é porque possuem mérito. E o grupo que não está (de pessoas não brancas) é porque não estão devidamente

preparados".


A filósofa e escritora Djamila Ribeiro também já comentou sobre a expressão. Em uma publicação em seu perfil do Instagram, ela escreveu: "No Brasil, trata-se de um pacto muito forte, quase indestrutível, que acaba por eleger um discurso autorizado de saber. Vale dizer que discurso aqui é além de simples pronunciamento, mas de ações, falas e existências".


Para mergulhar no tema, o livro Pacto da Branquitude de Cida Bento narra de forma clara e objetiva mais detalhes sobre a expressão.


Fonte: Nós



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Sou Rosinha Martins, missionária scalabriniana.

Atuo no jornalismo, na educação, na acolhida, promoção, proteção e integração de migrantes

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