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Foto do escritorRosinha Martins

Santa Vitória do Palmar, RS: Alunos discutem Casa Comum e os desafios migração

Atualizado: 24 de jun. de 2024


Alunos e alunas do ESI-Colégio São Carlos de Santa Vitória do Palmar, RS. Foto: Arquivo Marcelo Corrêa


RM Notícias

 

Por ocasião da 39 ª Semana do Migrante que se encerrou neste domingo 23 de junho, os alunos do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio São Carlos de Santa Vitória do Palmar, RS, refletiram sobre o tema Migração e Casa Comum.


O encontro, coordenado pelo pastoralista e professor de Ensino Religioso, Marcelo Farias Corrêa contou com a participação de Irmã Rosa Martins, jornalista scalabriniana e dois convidados, Mirinda Fernando Cana Lé, da Guiné Bissau, África e Edson Silva, o palhaço Pessebe, do Circo Fênix de Feira de Santana, BA.


Ao introduzir o diálogo com a turma e demonstrar solidariedade com o RS pelos tempos difíceis pelo qual passa, Irmã Rosa destacou a diferenciação entre migrantes e refugiados e explicou que a condição de refúgio é marcada pela ameaça às vidas daqueles que pedem asilo em outros países por razões políticas, familiares, orientação sexual, religiosas ou por guerras.


“A migração por causa das catástrofes ambientais chama a nossa atenção para maior cuidado com o Meio Ambiente, nossa Casa Comum. Separar o lixo lá em casa, não jogar lixo nas ruas, plantar e conservar as árvores, conscientizar nossos familiares deste ato fundamental, para a saúde do planeta, é tarefa de cada um de nós. Hoje sofremos com as perdas no Rio Grande, amanhã será por outros Estados por causa do aquecimento global. Cuidar desta casa que é comum a todos nós é dever nosso”, disse Irmã Rosa.

O encontro aconteceu nesta segunda, 24 de junho via online. Da esquerda para a direita, alunos do ESI-Colégio São Carlos, Santa Vitória do Palmar, RS, Mirinda Fernando, Palhaço Pessebe, Rosa Martins, mscs. Foto: Rosa Martins


Os desafios da imigração e a realidade nômade no Brasil


Mirinda Fernando Cana Lé deixou a Guiné-Bissau para estudar no Brasil. Conheceu as Irmãs Scalabrinianas em Fortaleza e com a ajuda delas migrou para São Paulo e reside em Santo André, no ABC Paulista. Após se solidarizar com o Rio Grande do Sul pelas catástrofes, Mirinda falou sobre seu processo migratório. “Meu sonho era vir estudar, porque sempre quis conhecer novas culturas, outros países”, contou.


Ao ser questionada pelos alunos sobre o maior desafio que encontra, como imigrante, Cana Lé afirmou que o preconceito revelado em perguntas, a seu ver, sem sentido, é um desafio para o imigrante e, mais ainda, para uma pessoa negra. “As pessoas acham que na África só tem pobreza e duvidam da nossa capacidade intelectual. Há dificuldades na aceitação da minha pessoa como gerente. Quando dizem que falo rápido ou perguntam que língua eu falo, procuro dialogar dizendo que, se eles têm dificuldade com minha língua, eu também tenho dificuldades com o português deles que não é de Portugal. E acontecem melhoras no relacionamento”.


Já Edson da Silva, o palhaço Pessebe, também cigano, natural de Feira de Santana, BA, falou sobre os desafios e as dificuldades de ser circense. “Me solidarizo com vocês do Rio Grande do Sul, mas gostaria de dizer que o que vocês estão passando, o pessoal do circo passa constantemente. Nem sempre encontramos bom terreno para armar o circo e nas chuvas tudo alaga e costumamos perder muitas coisas”.



Pessebe ressaltou as dificuldades de um amigo do circo que vive no Rio Grande do Sul neste período da crise climática. Segundo ele, os circenses não são visibilizados pelo governo riograndense. “Meu amigo perdeu tudo aí e estamos fazendo campanha para ajudá-lo daqui da Bahia porque, pelo fato de estar com o circo em um outro munícipio, seus direitos não são reconhecidos”.


Ainda segundo o palhaço Pessebe, “o circense na sociedade é como o mar: as pessoas têm medo do mar, depois que o conhece ganha confiança. Quando chegamos numa cidade somos muito malvistos, recebemos muitos xingamentos. Depois de alguns dias que estamos ali, nasce uma amizade, mas até lá já passamos por tantos preconceitos”, disse.


Com a palavra, as alunas do Colégio São Carlos


Para Júlia Rodrigues Furtado Ferrari, o encontrou lhe ajudou a compreender melhor a importância de se ter empatia, carinho com o próximo e respeito. “No dia de hoje, tive em vista como o preconceito e a falta de acolhida podem gerar mágoas a serem superadas. Diante das belas palavras ditas, tivemos a exemplificação de como ninguém pode julgar a trajetória e a identidade de outro alguém. Acima de tudo, devemos ter em mente que todos somos humanos, com sentimentos e necessidades”.



Para Marina Trein o encontro de hoje foi de muita importância porque apresentou a perspectiva de vida de pessoas migrantes, junto com a perspectiva da Irmã Rosa sobre o trabalho que ela realiza com essas pessoas. “Aprendemos bastante sobre o preconceito e as dificuldades que os entrevistados passam ou passaram em seus processos de imigração e, também aprendemos como combater esses preconceitos na sociedade atual”.



Fonte: RM Notícias

 

 

 

 

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Sou Rosinha Martins, missionária scalabriniana.

Atuo no jornalismo, na educação, na acolhida, promoção, proteção e integração de migrantes

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