Senado: “Nós sempre temos que falar mais alto para sermos ouvidas”, reclama senadora
Sessão no Senado premiou mulheres que se destacaram na política — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
POR ROSINHA MARTINS
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Não é incomum, durante as seções da Câmara e do Senado, a ausência de silêncio durante os parlatórios. O cenário sempre passa a sensação de que quem fala, fala para as paredes. Ainda assim, parecem dar conta das demandas diárias. Mas hoje, Dia Internacional da Mulher, uma delas resolveu levantar a voz e dar uma chamada de atenção nos colegas.
“Nós estamos comemorando a semana da mulher. Nós temos um grande problema hoje a enfrentar: as mulheres, elas são interrompidas sempre. Nós, às vezes, temos que falar fisicamente um pouco mais alto para a gente poder ser ouvida. A gente não pode permitir que isso ocorra hoje, no 8 de março. Temos uma mulher na tribuna do Senado", chamou a atenção dos colegas, a líder da bancada feminina no senado, Eliziane Gama (Cidadania-MA) que, durante a seção de hoje, no Dia Internacional da Mulher, durante a fala chamou a atenção dos colegas, durante a fala da senadora Leila Barros (PDT-DF).
“Eu queria pedir aos homens e às mulheres que fizessem silêncio para ouvirmos a senadora Leila Barros e que sentassem, me desculpem, mas é um desrespeito, inclusive, a nós mulheres”, enfatizou.
Uma seção de homenagens e desabafos
A sessão de hoje no Senado premiou mulheres que tem se destacado na política, entre elas a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber e a primeira-dama, Rosângela da Silva Lula (Janja). Elas e outras mulheres receberam o Diploma Bertha Lutz, um prêmio concedido pelo Senado a pessoas que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e a questões do gênero no país.
Ao tomar a palavra Janja desabafou que tem sido mais alvo de mentiras e ataques à sua honra do que o presidente Lula. Também criticou a sub-representação feminina no Congresso. “Um século depois de Bertha Lutz ter organizado a luta pelo direito ao voto, seguimos tendo que repetir que precisamos estar representadas nos espaços de decisão. (...) Temos que comemorar o avanço da representatividade das mulheres no Congresso, mas ainda estamos abaixo da média mundial, que é de 26% dos assentos nos parlamentos”, afirmou Janja.
Embora configure mais da metade da população brasileira, elas representam menos de 20% do Legislativo federal no país (17,3% da Câmara dos Deputados e 18% do Senado).
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