“É um negócio assustador”, diz ministro Moraes após visita aos presos por ataque aos Três Poderes
Foto: Marcelo Chello/CJPress/
POR ROSINHA MARTINS
“Uma delas chegou a dizer que estava passando por perto, viu (o ato de depredação) e aí ela ia orar e Deus disse para ela se refugiar embaixo da mesa do presidente do Senado. Só por causa disso ela entrou”. “É um negócio assustador”, relatou o ministro Alexandre de Moraes em um evento na Fundação FHC, nesta sexta-feira, 31, revelando-se extasiado com o grau de ‘alienação’ de alguns dos presos pelos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.
O ministro Alexandre, juntamente com a presidente do Supremo, a ministra Rosa Weber visitou os presidiários e os ouviram. “Eu fui no presídio com a ministra Rosa (Weber). Há várias pessoas alienadas, que acham que não fizeram nada, que era liberdade de manifestação”, afirmou.
Regulamentação das Redes Sociais
Alexandre de Moraes saiu da visita convicto da necessidade de uma regulamentação para as Redes Sociais.
Se faz necessário, segundo o ministro, responsabilizar as grandes empresas de tecnologia e fazê-las responder a partir do engajamento, monetização e o que os algoritmos direcionam e é preciso discutir, de imediato os “métodos de controle ou de regulação”.
Para o ministro está claro que não é mais possível que juridicamente estas empresas continuem sem nenhuma responsabilidade pelo o que divulgam. “Nós não queremos juridicamente nada mais e nada menos para o mundo virtual do que o que existe no mundo real. As grandes empresas tecnológicas devem ser tipificadas ou pelo menos consideradas iguais a empresas de mídia e de publicidade. Qual empresa mais faturou no mundo em publicidade? Google. Se fatura com publicidade, não é uma empresa de tecnologia só”, enfatizou.
A adoção de filtros foi citada pelo ministro, a qual, a seu ver não configura censura e exemplifica os métodos utilizados pelas empresas para barrar conteúdos de pedofilia e pornografia infantil. Muitas dessas publicações saem do ar somente com o uso de inteligência artificial.
Ainda, de acordo com o ministro, 93% dos vídeos colocados nas redes sociais sobre esses conteúdos criminosos) saem do ar antes de receberem uma curtida. Ademais outros 7% ou 8%, quando há dúvida, são direcionados para uma equipe, que decide rapidamente. E questionou: “Por que não fazer isso para discurso nazista, racista e contra a democracia que está tipificado em lei?”
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